Por Luca Borroni
As organizações de qualquer natureza e origem têm enfrentado de forma crescente o problema do assédio entre colaboradores. E ele aparece em suas diferentes formas, como assédio moral, sexual, bullying e corporativismo, que é o assédio entre pares, sem envolvimento de poder explícito ou hierarquia organizacional. Por isso, é também crescente a preocupação das companhias com as medidas para prevenir contra o assédio ou reparo de danos, quando ele acontece.
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Mas afinal, como acontece o assédio nas organizações? O principal locus natural, onde o assédio acontece, com intensidade crescente e nas suas diversas tipologias, são as empresas e outros ambientes de trabalho. Portanto, não somente é adequado, mas também indispensável abordar esse desvio pelo prisma da estrutura organizacional e suas principais características.
O assédio é um problema de cultura, tanto na esfera social como organizacional. Nesta última, pressupõem-se ações de liderança para inibir tais formas de comportamentos.
Nesse sentido, as organizações estão lançando mão de ações preventivas, para reforçar sua compliance, sensibilizar e educar os colaboradores. Não é raro receber desculpas de colaboradores que se envolveram em situações de assédio baseadas em desconhecimento ou erro de julgamento.
Assédio e relações de poder
Algumas questões importantes, como quem legitima o assédio, qual o papel da liderança da organização, como evitar distorções de interpretação e armadilhas, entre outras precisam ser endereçadas.
Nesta perspectiva, deve-se lembrar que o assédio é um problema de cultura, de cunho social e organizacional. Por isso, é importante abordar o tema do poder nas organizações, como ele embasa a liderança e é moldado pela própria cultura da empresa. Em síntese, do trinômio cultura-poder-liderança deve nascer um conjunto de ações preventivas e corretivas, que visam inibir ações desviantes, como o assédio.
Prejuízos causados pelo assédio
Os casos de assédios atingem mulheres e homens em qualquer nível hierárquico e podem causar problemas físicos e/ou psicológicos nas vítimas, chegando a ter impacto em sua vida pessoal e profissional.
Cada vez mais colaboradores e outros stakeholders têm levado casos de assédio à Justiça, gerando prejuízos de ordem financeira e de imagem e reputação para as empresas.
De fato, as organizações respondem legalmente pelos atos de assédio, uma vez que devem zelar pela integridade psíquica, pelo bem-estar e pela saúde de seus colaboradores.
Em termos de apoio tanto às vítimas de assédio, como a quem assediou, vale lembrar que ações abusivas como o assédio são distorções comportamentais, que representam formas de transtorno em diferentes graus.
Por essa razão, é importante, em todo contexto organizacional, desenvolver e aperfeiçoar competências pertinentes ao público alvo, através de base técnica e comportamental, para o enfrentamento de condições de assédio.